O Século
XVIII é tomado pelo iluminismo e pela razão. A conclamação das coisas naturais
defendida por Jean-Jacques Rousseau era,
na verdade, uma postura contrária às convenções reinantes e uma declaração de
conformidade aos direitos da infância. A música produzida nesse período
caracterizada pela simetria, a harmonia, a ordem, e transportava para a
educação musical esses princípios de objetividade e refinamento. A música
instrumental advinda do Barroco ganhou das escolas de Mannheim e de Viena, agora no
Classicismo, a forma de Sonata e todas as suas variantes.
Os temas inspiradores das
Sonatas possuem cunho psicológico e de expressão sentimental e o discurso musical
baseia-se em lendas e folclores medievais, nórdicos e gauleses e as mudanças político-sociais
trazidas pela revolução industrial e seus novos consumidores de arte emergidos
da nova classe média. A complexidade da Música Barroca vai cedendo lugar ao
estilo galante da Música Clássica que tem como objetivo principal de agradar o
ouvinte e, apesar de apreciada e agradável, ela também pode expressar fortes
sentimentos. O importante, no entanto, é que agora os compositores são livres e
desobrigados com os contratantes e, por isso, dão asas livres ao processo
criativo. Esse é o período do culto ao belo, à harmonia das formas, cores, e
pensamentos.
O
Século XIX observou a expansão da Revolução Industrial, promoveu o crescimento
da educação como um todo permitindo que os músicos aprofundassem seus estudos
técnicos de domínio instrumental dando origem à figura do “instrumentista
virtuose”. Esse período histórico, conhecido como Período Romântico, dá-se em
razão dos avanços tecnológicos que vão aos poucos sendo incorporados à
fabricação de instrumentos de melhor qualidade. Assim, volta-se a produzir
música curta para ouvintes seletos e tocada por pequenos grupos instrumentais,
mas também para as grandes orquestras capazes de produzir os efeitos sonoros da
sinfonia romântica. A escola da música tonal tem seus momentos derradeiros e as
formas livres ditam os novos caminhos incorporando os movimentos nacionalistas
às tendências de reunificação do continente Europeu. Os românticos adotaram a
transformação pela revolução e enalteceram o indivíduo apesar de todas as suas
inquietudes.
Toda
a instabilidade do período é perceptível nas obras musicais que o representam e
sua trajetória passa pela transgressão das normas Clássicas de composição que
levam através, por exemplo, da máxima exploração das tensões harmônicas, à
diluição da tonalidade. Estamos no limiar do Modernismo.
Referências:
Material Didático da Disciplina
“História da Música e da Educação Musical (Professora Maristella P. Cavini)
Origens e Desenvolvimento da
Educação Musical: Uma Breve Visão (Professor Glauber Santiago)