quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Educação Musical dos Séculos XVIII e XIX


     O Século XVIII é tomado pelo iluminismo e pela razão. A conclamação das coisas naturais defendida por Jean-Jacques Rousseau era, na verdade, uma postura contrária às convenções reinantes e uma declaração de conformidade aos direitos da infância. A música produzida nesse período caracterizada pela simetria, a harmonia, a ordem, e transportava para a educação musical esses princípios de objetividade e refinamento. A música instrumental advinda do Barroco ganhou das escolas de Mannheim e de Viena, agora no Classicismo, a forma de Sonata e todas as suas variantes.
      Os temas inspiradores das Sonatas possuem cunho psicológico e de expressão sentimental e o discurso musical baseia-se em lendas e folclores medievais, nórdicos e gauleses  e as mudanças político-sociais trazidas pela revolução industrial e seus novos consumidores de arte emergidos da nova classe média. A complexidade da Música Barroca vai cedendo lugar ao estilo galante da Música Clássica que tem como objetivo principal de agradar o ouvinte e, apesar de apreciada e agradável, ela também pode expressar fortes sentimentos. O importante, no entanto, é que agora os compositores são livres e desobrigados com os contratantes e, por isso, dão asas livres ao processo criativo. Esse é o período do culto ao belo, à harmonia das formas, cores, e pensamentos.
     O Século XIX observou a expansão da Revolução Industrial, promoveu o crescimento da educação como um todo permitindo que os músicos aprofundassem seus estudos técnicos de domínio instrumental dando origem à figura do “instrumentista virtuose”. Esse período histórico, conhecido como Período Romântico, dá-se em razão dos avanços tecnológicos que vão aos poucos sendo incorporados à fabricação de instrumentos de melhor qualidade. Assim, volta-se a produzir música curta para ouvintes seletos e tocada por pequenos grupos instrumentais, mas também para as grandes orquestras capazes de produzir os efeitos sonoros da sinfonia romântica. A escola da música tonal tem seus momentos derradeiros e as formas livres ditam os novos caminhos incorporando os movimentos nacionalistas às tendências de reunificação do continente Europeu. Os românticos adotaram a transformação pela revolução e enalteceram o indivíduo apesar de todas as suas inquietudes.
     Toda a instabilidade do período é perceptível nas obras musicais que o representam e sua trajetória passa pela transgressão das normas Clássicas de composição que levam através, por exemplo, da máxima exploração das tensões harmônicas, à diluição da tonalidade. Estamos no limiar do Modernismo.

Referências:

Material Didático da Disciplina “História da Música e da Educação Musical (Professora Maristella P. Cavini)
Origens e Desenvolvimento da Educação Musical: Uma Breve Visão (Professor Glauber Santiago)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"A Música do Período Clássico"

            Embora haja divergências sobre as datas que compreendem o período Clássico da História da Humanidade e da Música, tem-se por consenso que; o período foi marcado pelo apogeu do Iluminismo e a Revolução Francesa.  Com a ascensão econômica da burguesia, seu poder acabou por contribuir para o enfraquecimento da nobreza e o desenvolvimento das idéias capitalistas e o surgimento do pensamento racional.
            Na música, os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade que nortearam a Revolução Francesa, promoveram uma mudança que já vinha se arrastando e transformando o Barroco desde a década de 1730 para eclodir na música do Período Clássico de Haydin e Mozart, bem como nas composições iniciais de Beethoven (Uma Breve história da Música – Bennett, R. pag.45) entre 1750 e 1810, dando-lhe um caráter mais homofônico em contraste aos contrapontos característicos do Barroco.
            Nesse primeiro momento, a Música Clássica absorveu as influências arquitetônicas greco-romanas destacando sua simplicidade, harmonia e principalmente seu equilíbrio que ficou conhecido como “estilo galante”. É também nesse período que a Orquestra sofre suas maiores transformações tornando-se, em estrutura, muito semelhante à sua formação atual.
            Com a invenção do pianoforte em 1700 por Bartolomeo Cristofori (Roy Bennett) e sua crescente utilização em substituição ao cravo, o baixo contínuo foi caindo em desuso dando lugar a composições mais elaboradas tais como a Sonata, o Concerto, a Sinfonia, além do quarteto de corda, a serenata e o divertimento.
            Esse efervescente período musical tem em Beethoven uma de suas expressões máximas, ao ponto de sua morte praticamente encerrá-lo não sem antes carregá-lo de um forte sentido rítmico, dissonâncias, jogos de timbres, contrastes e dinâmicas inesperadas.

Referência:
- BENNETT, Roy, Uma Breve Historia da Música. 2. Ed. Rio de Janeiro; Jorge Zahar Editor Ltda., 1986. 79 p.
- Livro Eletrônico da Disciplina História da Música e da Educação Musical, Professora Maristella P. Cavini, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)