terça-feira, 27 de novembro de 2012

OS DESAFIOS DA CIDADE/SALA DE AULA




              Acreditar que a formação do ser humano é uma tarefa árdua, mas possível, traduz o pensamento da maioria dos educadores que conhecemos. Em sua maioria, eles buscam definir as estratégias e caminhos para que a educação seja efetivada em todos os níveis apesar das diferenças e das oportunidades. Vivemos atualmente os tempos das urgências, todo o processo de relacionamento e convivência se dá no âmbito frenético das mídias eletrônicas e, por consequência, há um esfriamento das relações interpessoais, não temos mais o calor da conversa presencial e essa questão tem transformado os ambientes onde os humanos são obrigados a conviver.
              A escola é um desses ambientes onde os diversos escalões de uma sociedade organizada estão representados. O conjunto todo é um pequeno nicho social formalmente instituído e tem, dentre seus participantes, aqueles que devem ser tutelados pelo comando maior, as crianças e os adolescentes. As salas de aula são como pequenas cidades cujo prefeito é o professor. Partindo dessa analogia, podemos supor que os alunos são os cidadãos atuantes desse pequeno município e que cabe aos governantes (professores), propiciar-lhes um meio seguro para o crescimento.
              Nesse contexto acima exemplificado, o professor precisa estar preparado para lidar com as diferenças já que seus alunos, assim como os munícipes de uma cidade, vêm de formações e classes diferentes, têm reações e percepções diferentes e, que no entanto,  precisam ser colocados diante de uma mesma metodologia de ensino onde as diferenças não são consideradas no que diz respeito à aplicação dos conteúdos. A sala de aula me tem proporcionado, como estagiário, a oportunidade de refletir sobre as diferenças gritantes entre o que se estabelece como conteúdo a ser ministrado e o que realmente faz parte do conjunto de conhecimentos necessários para que jovens e adolescentes adquiram fundamentos para atuarem na sociedade com capacidade e discernimento.
              Na busca pela lapidação do intelecto, raramente se dá a devida atenção ao lado emocional das relações humanas. Procura-se formar o indivíduo para a competição anulando, ou buscando-se anular a sensibilidade, o respeito às diferenças, a tolerância ao erro, a valorização do belo, dos sentimentos e da afeição. Por outro lado, há de se pensar no papel do professor em todo esse processo. Abandonado que está à própria sorte, ele tem sido o fiel da balança mesmo sem ter formação para tal. É de suas mãos que saem os doutores, juízes, advogados, ministros, outros professores, etc. e, no entanto, continuam a mendigar maiores considerações e mais respaldo para continuarem nessa árdua tarefa de formar cidadãos dignos.        
  O texto de Müller e Martineli (2005, p. 21, 22), “O Estatuto da Criança e do Adolescente: um instrumento legal do professor de educação física”, é extremamente feliz quando afirma que precisamos de mais suavidade, de ternura, de bom humor, de fraternidade. Não há como discordar; nas salas de aula eu, como estagiário, tenho presenciado essas diversas facetas anunciadas pelo texto. Falta paciência e preparo em quem ensina, faltam respeito e carinho naquele que pretende aprender. Nessa pequena maquete da sociedade que é a sala de aula, todos têm deveres a serem cumpridos para que ela funcione de forma justa e, para isso, é preciso que dê mérito ao que merece e que se governe as escolas com menos pressa e mais carinho já que se está trabalhando na formação de jovens e adolescentes para que eles nos governem num futuro bem próximo.

REFERÊNCIAS:
MÜLLER, Verônica Regina, MARTINELI, Telma A. Pacífico, “O estatuto da Criança e do Adolescente: Um Instrumento Legal do Professor de Educação Física” (2005, p. 21, 22)  


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